domingo, 27 de janeiro de 2008



Passei na UFMG, como treineira, oitavo lugar pra biblioteconomia e terceiro dos treineiros do curso. Não estudei e nem li o resumo dos livros, mesmo assim, não zerei a redação sobre o livro porque:

A) Interpretei muito bem o poema que nós deveríamos comparar com o conto;

B) Confirmei a teoria que defendi na redação, de que vivemos numa sociedade de aparências, na qual não basta saber e muitas vezes nem isso é preciso, apenas parecer;

Fico com a opção B. Enquanto eu escrevia tive que conter o riso, afinal, era EXATAMENTE isso que eu tentava fazer, parecer que tinha lido o livro. E os corretores podiam perceber e eu virar a piada da federal, mas pelo jeito, não foi o que aconteceu. É, acho que fiz a escolha certa, direito é mesmo meu curso.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Subjetivo

Abriu a porta de casa, jogou o casaco num canto qualquer, tudo o que desejava era deitar e não levantar tão cedo. Nem chegou a se atirar no sofá e teve que subir correndo as escadas, as janelas dos quartos estavam abertas e o vento forte fez duas portas baterem. Parou a porta do quarto da direita ao ouvir o barulho de vidro quebrando. Demorou algum tempo para abri-la, não queria ver aquela foto sob os cacos do porta-retrato, embora todos aqueles sorrisos e a união que aquela foto representava já estivessem quebrados, ela gostava de passar horas olhando-a, era como se esses últimos dois anos não tivessem existido, tudo era mais bonito, tudo era mais alegre. Então abriu, o porta-retrato estava inteiro, pelo jeito o vidro era mais resistente que aquilo que há dois anos ela jurava durar pra sempre. Dessa vez não demorou muito olhando a foto, nem sequer colocou o porta-retrato no lugar, deixou lá, desmontado, em cima da cama, e correu pra fechar a janela do outro quarto. Vendo suas fotos balançarem no painel por causa do vento, seus móbiles girando sem parar e ouvindo a janela de vidro bater inúmeras vezes, ela finalmente entendeu. O quê e o porquê ainda não sabe, talvez fosse o azul que saída da tv e coloria o quarto. Mas ela sorriu, voltou para o porta-retrato, era pra sempre.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

...

Cansei, preciso ir pro rio, logo. Só quero terminar de matar a saudade de algumas pessoas. Só algumas (bem poucas) pessoas me fazem querer ficar. Uma em especial me faz ficar desesperada pra dia vinte e cinco chegar, eu entrar no carro e ir embora. Não que eu não queira ir pra lá, não que eu não sinta falta da chaika e do koni, de andar na praia de noite, da lagoa, das livrarias, da toca do vinícius, do mam. Mas o principal motivo pra eu querer ir é estar longe. Eu não quero fugir de nada, na verdade é bem o contrário. Quero entender algumas coisas que estando aqui não vou entender, quero poder sair sem ter que encontrar pessoas que não ajudam em nada. Cansei de algumas, talvez eu tenha mudado muito e elas também. Cansei de incertezas, não quero que isso acabe como de costume, mas não sei o que fazer pra que isso mude. Talvez lá eu descubra.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Idiotice generalizada. Eu realmenta achava que idiotas seguindo modinhas era só até os quinze anos no máximo. Por favor, menos neon, você não tá legal, vai crescer.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Avesso

Nunca foi muito de ganhar, na verdade, sempre evitou competições, não muito pelo medo de perder, mas pelo medo de ganhar. Desde pequena achava que deveria preteger quem gostava e qualquer um que estivesse sofrendo. Sempre quis pegar as dores de todos, pra ver se esquecia-se das próprias. Nunca foi muito de mostrar o que sentia, fingia que não ligava, e pelo jeito passava bem essa impressão. Meteu-se em um monte de brigas por causa de suas convicções avessas. Brigava pelos outros. Até mesmo com os outros. Ela só queria o melhor, mas não percebia que causava justamente o oposto. Então percebeu. Percebeu o quão patética era. Queria mudar. Mas tinha medo de mudar. Tinha vergonha de mudar. Não mudou. Nem vai. Algumas coisas não mudam. Talvez seja melhor assim. Talvez deva ser assim. É bom pensar que sim.