domingo, 16 de agosto de 2009

Móveis

Sexta-feira foi minha primeira aula de Teoria Geral do Estado II e, depois de passar um vídeo do U2 tocando "Sunday, Bloody Sunday" e explicar o que foi o Bloody Sunday e alguns atentados que ocorreram depois, o professor comparou os shows a cerimônias religiosas. A banda é o mestre de cerimônia, o público são os fiéis que fazem tudo o que o mestre mandar e alguns chegam até a entrar em êxtase. Ontem, Móveis Coloniais de Acaju comprovou essa teoria.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Super Kelsen


... e a mulata fundamental.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Le cerf-volant

Era fim de julho e eu voltava para casa no 2212A, enquanto o ônibus enchia lentamente, eu acompanhava os últimos raios de sol que iluminavam todo o concreto que cobre o centro da cidade, que àquela hora já não era tão cinza quanto de costume. A cidade estava alaranjada, como só fica nos fins de tarde de inverno.
O ônibus pára em um viaduto, há uma obra a frente, mais uma daquelas obras infindáveis que há anos impedem que eu chegue cedo em casa. A mulher ao meu lado dorme, a cabeça pende para trás e a boca está aberta, ela realmente está dormindo, não consigo entender como alguém consegue dormir num ônibus, em meio aos corpos que se apertam e carregam expressões de cansaço e desesperança.
Olho meu relógio, são 17h47, a cidade está apressada embaixo dos viadutos. Mulheres passam com as sacolas cheias, alguns mendigos se ajeitam em frente à uma loja abandonada, os homens andam a passos largos, catadores de papel passam com seus carrinhos cheios. Alheio a todo esse movimento frenético repetido diariamente ao som do barulho dos motores e iluminado pelo vermelho das lanternas dos carros, ali, bem no meio daquela praça, quase camuflado, um menino solta sua pipa preta que faz desenhos suavemente no céu, bem lá no alto, quase imperceptível aqui debaixo. O menino parece acompanhar o ritmo da pipa, não se importa com o que o espera em casa nem com o que ocorre ao seu redor. É só ele e sua pipa preta.
A cena é um pouco triste, o menino é franzino e tem as roupas velhas, cinza, mistura-se à cidade e garanto que a maioria nem o percebe ali. Mas, no momento, ele é tudo o que eu percebo, me esqueço completamente da cidade que corre lá fora. Isso não dura o tempo que eu gostaria, o ônibus arranca bruscamente, lembrando-me de que é preciso seguir, de que sou parte daquela pulsação. Eu, o menino e a pipa não. Não, ainda não.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

BANDEIRA, Manuel