segunda-feira, 28 de abril de 2008

what's best for everyone is bound to hurt somebody. what's best for everyone is killing me.

por Sofie.

eu nunca precisei de ninguem, no sentido vida/morte da coisa, sempre fui sozinha, sempre gostei de ser sozinha. é um alívio saber que por mais que tenha alguem sempre ao teu lado, você não depende daquilo. a última frase é uma mentira gigantesca que virou meu mantra desde a única vez que me entreguei de fato e as circunstâncias acabaram fodendo com tudo. nunca conseguiria passar por aquilo de novo.
desde então, eu sou outra pessoa. uma pessoa que se mantém à bons 100 metros além da linha de distância segura com qualquer pessoa que apareça na minha vida. de fato, é mais fácil. pessoas já me magoam demais assim, imagina só se eu fosse me entregar pra todo e qualquer mané que me aparece? todos eles foram amáveis e queridos e geniais e lindos, lindos, lindos. mas o tempo passa. relacionamentos começam baseados no desejo. uma vez que você consegue o que quer, fica ali conseguindo durante umas semanas, às vezes uns meses. aí isso passa. e aí? aí tudo depende das carências que um tem e o outro supre. nas vontades que um tem e o outro compartilha. sem contar que aí pode ser amanhã, e isso tudo mudar só porque sim. só porque você acordou um dia, olhou pro lado e o amor passou. a vontade de estar ao lado daquela pessoa morreu.
imagina só se eu fosse depositar todos meus sonhos e esperanças em outras pessoas. não iria mais sobrar coração pra quebrarem. fico aqui, sendo fria e distante. sendo o melhor que posso ser aqui do lado de dentro da minha redoma de vidro. aqui, onde no máximo você beija minha imagem, e alinha a mão com a minha. onde todo contato, por melhor intencionado que seja, é puramente imaginário. vamos brincar de acrediar que nos amamos. vamos brincar de deitar um na barriga do outro e rir durante horas sobre bobagens antes que a rotina mate o que temos. vamos admitir que bolhas de sabão ainda nos fascinam e limpar os dedos na camiseta até sermos obrigados a lembrar que somos adultos.
e a vida devia ter continuado assim, levemente melancólica mas cheia de auto-preservação. até que chegou um menino basante azarado e meio desastrado, tropeçou, quebrou o vidro e saiu correndo. desde então, passo meus dias correndo atrás dele. já cheguei perto o suficiente umas vezes. mas aí ele sai correndo de novo, e eu fico esperando ele voltar. espero, espero, espero. desisto de esperar, decido que a coisa sensata seria voltar pro meu canto, me convenço disso, e aí vou atrás dele de novo. e algo me diz que eu estou precisando dessas férias muito mais do que eu sabia.

(Zine Vanilli #22 - Maio de 2005)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A distância é algo maravilhoso, falam do tempo, e o que é o tempo senão a distância de dado fato? É a distância que nos permite a crítica, a veracidade e -o mais importante- o esquecimento. Esqueçam o esquecimento, ele nunca vai acontecer mesmo. Mas estar ciente do que se faz é ótimo, só de racionalizar já é perfeito, por quê? Você sabe a resposta dessa.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Carga de prova

Tudo me leva pra um lado. Justo aquele que eu quero ir, justo aquele que eu quero não querer ir. Sou mesmo bipolar, como diz o Guilherme. Um antagonismo . Maldita primeira lei de Newton.